O atual governador de São Paulo (PSDB), João Doria, surpreendeu aliados na manhã desta quinta-feira, 31, ao anunciar que não irá mais disputar o posto de presidente da República. Doria havia vencido as prévias do partido em novembro, e deixaria o executivo paulistano hoje, em uma série de agendas públicas de despedida. Porém, cancelou todos os compromissos externos, mantendo apenas um encontro com prefeitos agendado para esta tarde no Palácio do Bandeirantes, momento em que deve fazer o anúncio oficial.
Segundo levantado por alguns órgãos de imprensa, é esperado que o político também informe a sua saída do ninho tucano, já que ele vinha dizendo que o desrespeito ao resultado das prévias partidárias se constituía como um golpe na sigla. Apesar de Doria ter vencido o governador gaúcho Eduardo Leite, nunca conseguiu se firmar enquanto unanimidade no partido, e nos últimos dias uma série de movimentos para que o candidato tucano à presidência fosse Leite se intensificaram. O gaúcho já confirmou, inclusive, a renúncia ao posto de governador, necessário para concorrer no pleito de outubro.
Em meio a essa situação, mais uma crise se instalou no PSDB, que terá que lidar também com a sucessão em São Paulo, pois Dória já não pretende mais deixar o comando da máquina paulista, gerando entraves junto ao seu vice, Rodrigo Garcia.
Segundo relatado pelo Jornal O Globo, aliados do vice-governador, que se filiou ao PSDB recentemente, já elevaram o tom junto a Doria, e chegaram a ameaçar a instauração de um processo de impeachment contra ele, caso não deixe a chefia do executivo estadual.
